Biodiversidade Biotecnologias Biossegurança

Este Blog foi originalmente criado para os eventos da COP-8 e MOP-3 realizados em março de 2005/Curitiba. Devido à importância de tais temas para a humanidade, a Revista Consciência.net continuará repassando informações relacionadas, incluindo comentários e matérias pertinentes. Boa leitura! Editores responsáveis: Clarissa Taguchi, Paula Batista e Gustavo Barreto. Da revista Consciência.Net - www.consciencia.net

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Para setor de alimentos da UE, biocombustíveis são ameaça

10 de janeiro de 2007 - 19:28
Como parte de uma política para combater o aquecimento global, a Comissão Européia propôs uma meta de 10% para o uso de biocombustíveis até 2010
Reuters

AMSTERDÃ - A proposta da Comissão Européia de impor uma meta obrigatória para o uso de biocombustíveis no bloco, até 2020, vai pôr em risco a produção de alimentos e gerar alta de preços, afirmaram duas organizações da indústria alimentícia da UE na quarta-feira.

A Associação das Indústrias de Chocolates, Biscoitos e Confeitos (Caobisco) e a associação de produtores de margarina, Imace, pediram à comissão que descarte as metas obrigatórias e considere o problema, para reduzir a pressão sobre a indústria alimentícia.

Como parte de uma política mais ampla para combater o aquecimento global, a Comissão Européia propôs uma meta de 10% para o uso de biocombustíveis, produzidos a partir de cana, grãos ou óleos vegetais, até 2020.

"Isso vai prejudicar a indústria alimentícia, ao provocar uma séria restrição de matérias-primas e uma alta não-sustentável de preços", afirmaram as entidades, em um comunicado conjunto.

"Nossos insumos principais estão cada vez mais sendo usados para a produção de biodiesel e bioetanol", acrescentaram, dizendo que alguns produtos já tiveram alta, devido à política da UE.

Atualmente, a UE tem uma meta não-obrigatória de 5,75% para biocombustíveis até 2010.

As organizações pediram à UE que abra suas importações para biocombustíveis e aumente sua base de insumos para a produção de biocombustíveis, para evitar uma escassez de alimentos.

Soja é inviável para a produção de biodiesel

Soja é inviável para a produção de biodieselReportagem: Luiz Renato Almeida duração: 13'00" tamanho: 2285 Kb clique aqui para ouvir

Porto Alegre - O biodiesel não pode representar uma salvação para a monocultura de soja, que tem alto custo de produção e ainda baixa produtividade na produção de óleo vegetal. Apesar das grandes transnacionais do agronegócio desejaram tomar conta do mercado do biodiesel, a alternativa para os pequenos agricultores é diversificar os cultivos, evitando a monocultura, manter a produção de alimentos e entrar no plantio de biodiesel de forma autônoma, sem depender de grandes empresas. Essa é a avaliação do engenheiro agrônomo Alexandre Borscheid, que trabalha no projetos da Cooperbio e da Biopampa, em parceria com a Petrobras, para a produção de biocombustível, envolvendo o trabalho de milhares de pequenos agricultores e assentados no Rio Grande do Sul.

Leia aqui.

Aumenta a desconfiança sobre os transgênicos no mundo

22 de Janeiro de 2007

Relatório do Greenpeace lançado esta semana mostra que os produtos geneticamente modificados não conquistaram produtores, governos e consumidores


A reação negativa que os transgênicos causam em produtores, consumidores e governos continua crescendo pelo mundo, revela o sumário lançado pelo Greenpeace (texto em inglês) esta semana. Está cada vez maior reação global contra a engenharia genética, que em 2006 se expandiu basicamente por três países - Estados Unidos, Argentina e Brasil.

"Governos, produtores e consumidores por todo o mundo reconhecem cada vez mais que a engenharia genética não é confiável, nem viável, além de ser perigosa", afirma Jeremy Tager, campaigner do Greenpeace Internacional.

"A reação do mercado para o recente escândalo do arroz contaminado foi de iminente epidemia. Alguns países estão banindo os organismos geneticamente modificados como um todo. A Romênia, por exemplo, que tinha 85 mil hectares plantados com soja em 2005, vai reduzir a zero este ano, para atender à nova política do governo local de banir cultivos transgênicos de soja no país. "

A mais significativa demonstração de rejeição aos transgênicos foi o escândalo da contaminação de arroz nos Estados Unidos por um produto geneticamente modificado da Bayer.

Em agosto de 2006, o governo americano anunciou que quantias significativas de arroz do país foram contaminadas com uma variedade geneticamente modificada não aprovada, o LLRICE601, da Bayer. A notícia provocou fortes reações de produtores e processadores de arroz, e também de governos de outros países, causando sérios problemas às exportações americanas do produto, praticamente reduzidas a zero.

O Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAA na sigla em inglês), ONG patrocinada pela indústria de biotecnologia, também lançou esta semana um relatório, comemorando o aumento da área plantada com transgênicos pelo mundo em 2006, mas não destaca que esse aumento aconteceu praticamente em países em desenvolvimento. Na Europa, os transgênicos vem sendo questionado e, em alguns casos, banidos.

"A ISAA pode afirmar que a engenharia genética tem sido um sucesso, com consistente aumento de área plantada pelo mundo, mas a reação que houve à contaminação do arroz americano revela que o cenário atual não é tão bonito quanto pintado por eles," afirmou Tager.

(Fonte: Greenpeace)

Empresas de biotecnologia e ONG divergem sobre transgênicos

Instituição britânica divulga dados sobre a expansão dos cultivos de transgênicos no mundo todo. Por outro lado, ONG afirma que cresce a rejeição do mercado consumidor aos OGMs

São Paulo - Na semana passada, dois relatórios sobre o cultivo mundial de transgênicos foram divulgados. O interessante, no entanto, é que eles trazem perspectivas e avaliações conflitantes sobre a situação da transgenia no mundo. De um lado, o Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA, sigla em inglês), entidade fundada e financiada por empresas de biotecnologia como a Monsanto e a Syngenta, afirma que os cultivos de organismos geneticamente modificados (OGMs) aumentaram, entre 2005 e 2006, 13% - ou 12 milhões de hectares - e continuarão crescentes nos próximos anos.

Do outro, a organização não-governamental Greenpeace rebate os resultados e afirma que 2006 foi o ano da rejeição aos transgênicos por parte de consumidores, produtores e governos do mundo todo.Segundo o ISAAA os transgênicos têm se alastrado pelos países, ocupando uma área de 102 milhões de hectares. O presidente do ISAAA e autor do relatório, Clive James, espera que nos próximos 10 anos os cultivos se expandam. "Até 2015, a ISAAA prevê que mais de vinte milhões de agricultores cultivem duzentos milhões de hectares de plantações biotecnológicas em cerca de quarenta países", afirma James.

O Greenpeace restringe a maior parte da expansão dos transgênicos no último ano a apenas três países, que são justamente aqueles que encabeçam o ranking de maiores produtores de OGMs: Estados Unidos, Argentina e Brasil, os únicos a terem um aumento acima dos 10%: 53,5%, 17,6%, 11,3%, respectivamente.

Frank Guggenheim, diretor executivo do Greenpeace Brasil, afirma também que o mercado de alimentos para o consumo humano tem enfrentado rejeição, especialmente pelos europeus e chineses. O diretor da ONG aponta que um recente agravante para a resistência contra as OGMs foi o episódio da contaminação do arroz nos EUA, em agosto de 2006, por uma variedade geneticamente modificada da empresa de biotecnologia Bayer, o LLRICE601. Na época, ela ainda não estava legalizada no país. De acordo com o Greenpeace, houve manifestações contrárias por parte de produtores e processadores de arroz e de governos de outros países que rejeitaram a importação da safra.

Se antes o processo de disseminação da transgenia alcançava os países desenvolvidos, atualmente são nos países em desenvolvimento da América Latina, do leste europeu e da África que as empresas de biotecnologia vêm incentivando e apostando as suas pesquisas e investimentos. O relatório do ISAAA indica que o maior crescimento se deu em países em desenvolvimento - 21% de aumento contra 9% dos países desenvolvidos. Atualmente, os países em desenvolvimento representam 40% dos plantios de OGMs.Para o setor de transgênicos em 2007, o Greenpeace prevê a permanência da rejeição dos mercados consumidores, como os da China e os da Índia, o aumento dos prejuízos comerciais devido às contaminações genéticas e a falência de métodos de produção dos OGMs, principalmente por causa do aumento do uso de herbicidas.

Brasil
O Brasil continua ocupando a mesma posição do ano passado no ranking dos países com maior área cultivável de OGMs, perdendo apenas para os Estados Unidos (54,6 milhões) e a Argentina (18 milhões). Segundo o relatório do ISAAA, o país aumentou 2,1 milhão de hectares entre 2005 e 2006, o que totaliza uma área de 11,5 milhões de hectares destinada aos plantios de soja e algodão geneticamente modificados. O crescimento brasileiro na área da transgenia foi de 22%.

O ISAAA aponta que, num período de dez anos, o Brasil irá ultrapassar a Argentina. "O crescimento que se espera para os próximos dez anos será impulsionado pelo milho transgênico, que está para ser aprovado pela CTNBio [Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia], e também pelo algodão e pela cana-de-açúcar modificada, cujas pesquisas estão avançando muito", aposta o diretor do ISAAA no Brasil, Anderson Galvão.

(Fonte: Agência Carta Maior, por Natália Suzuki)

Biocombustíveis são mais voláteis que petróleo, diz Goldman

LONDRES (Reuters) - As margens dos biocombustíveis são muito mais voláteis do que as do petróleo bruto e os riscos do setor também são mais difíceis de serem gerenciados, disse nesta terça-feira Kiru Rajasingam, do banco de investimentos Goldman Sachs.

Rajasingam, diretor-executivo da área de renda fixa, moedas e commodities, observou que as margens para fabricar etanol a partir do milho nos Estados Unidos (EUA) caíram durante os últimos meses.

"A volatilidade dessas margens é astronômica. É uma volatilidade muito maior do que você poderia esperar para uma refinaria de petróleo bruto", disse ele numa conferência organizada pela Euromoney.

Os preços do etanol caíram recentemente, acompanhando o declínio no mercado de petróleo bruto. Porém, os preços da matéria-prima do combustível, o milho, continuam firmes, acrescentando pressão às margens.

"As margens do biocombustível... não são como as do petróleo bruto, elas podem ser negativas e se tornarem mais negativas. (O petróleo bruto) é um negócio muito menos arriscado para participar", informou.

Rajasingam destacou que, caso as margens do petróleo bruto caiam, o mercado pode se ajustar com a queda dos preços da matéria-prima.

Já a matéria-prima utilizada para a produção de biocombustível é procurada também pelo setor de ração, no caso dos grãos, de forma que os preços não precisam ser reduzidos se as margens se tornarem negativas.

Os biocombustíveis, atualmente fabricados a partir de grãos, cana-de-açúcar e óleos vegetais, podem substituir os combustíveis fósseis e são uma alternativa para promover a redução de emissões de gases do efeito estufa, apontados como um dos fatores que contribuem para o aquecimento global.

"Os desafios para construir uma estrutura de gerenciamento (para os biocombustíveis) são vários", concluiu Rajasingam.

Ele ressaltou que, para o biodiesel, é difícil proteger os custos em parte devido às diferentes matérias-primas utilizadas na produção, como óleo de soja, de colza e de palma.

Ele também observou que diferentes políticas tarifárias, mesmo dentro da União Européia, também tornam mais difícil o "hedge" da commodity.

Os terroristas do futuro podem ser os índios, diz Boaventura

O professor Boaventura Sousa Santos está presente no FSM de Nairóbi, onde vem sendo solicitado para compor diferentes mesas. Hoje ele participou de uma a convite do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais Clacso. Na ocasião, discutia-se o cenário político latino-americano.Neste painel, Boaventura disse que voltava de uma visita ao Peru e lá foi informado de que o país tem 800 indígenas presos por diferentes acusações. E neste contexto disse a seguinte frase de efeito: os indígenas podem vir a ter suas ações criminalizadas a tal ponto que podem vir a ser os terroristas do futuro.

Ao final do painel, aprofundou um pouco mais a frase para este blog: “Tenho uma preocupação muito grande com isso porque eles ocupam territórios onde estão recursos naturais absolutamente estratégicos. E se o capitalismo não mudar e continuar a depender tanto das reservas em termos de minérios, biodiversidade, madeira, petróleo, isso pode vir a acontecer. Essas reservas estão todas em territórios indígenas. Para que se tenha uma idéia, nesses territórios estão 75% da biodiversidade do planeta. Acredito que eles possam vir a ser criminalizados por conta disso”.

Escrito por Renato Rovai, no dia 1/23/2007 07:44:00 PM
Revista Forum

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Curitiba recebe reunião internacional sobre biodiversidade

PARANÁ | MARÇO 25/01/2007 - 13h40
por GAZETA DO POVO ONLINE

Curitiba vai sediar nos dias 26, 27 e 28 de março a reunião de prefeitos de cinco continentes para a discussão preliminar sobre a COP9, a próxima Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica. A COP9 vai ser realizada na cidade de Bonn, na Alemanha em 2008. O anúncio sobre a reunião foi feito nesta quinta-feira (25) pelo prefeito Beto Richa (PSDB).

"Depois de sediar a COP8, em 2006, Curitiba mostrou que merece receber os prefeitos para um encontro de tamanha importância. Sabemos que as cidades podem e devem dar a sua contribuição", afirmou Richa, em nota no site da prefeitura.


A decisão quanto à escolha de Curitiba para sediar a reunião foi tomada pelo prefeito Beto Richa junto com o secretário da Convenção sobre Diversidade Biológica, Ahmed Djoghlaf, durante a COP8.

Segundo a assessoria da prefeitura, são esperados prefeitos de cidades que já foram sede de reuniões da COP, das que são sede de escritórios da Organização das Nações Unidas (ONU) e as participantes da rede de cidades ICLEI (Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais). São esperadas 150 pessoas, entre organizadores, membros da CDB, prefeitos e técnicos das prefeituras.

Diferente da COP8, a reunião será fechada aos prefeitos convidados, mas a cidade será motivada a envolver-se no debate de questões relacionadas com a biodiversidade.

domingo, janeiro 21, 2007

Arroz biofortificado (através de melhoramento genético)

Arroz biofortificado*

*Nota do Editor: Os estudos informados nesta matéria tratam de sementes melhoradas geneticamente (técnica de melhoramento genético) não fazendo referências à utilização de técnicas de transgenia onde genes de espécies distintas são transferidas ao código genético de uma espécie.

Uma revolução silenciosa está acontecendo. Embaixo da terra, no centro do Brasil, crescem as sementes que podem criar um mundo mais saudável, sem doenças. Um mundo sem fome. A revolução também está sendo armada em laboratórios, estufas, galpões, centros de estudo e cozinhas. Uma revolução que vai mudar a sua vida a partir do que você come.

O Brasil é um dos dez maiores produtores de arroz do mundo. Na mesa do brasileiro não pode faltar justamente o arroz com feijão, que é uma combinação muito boa em proteínas vegetais, ferro e fibras. Mas essa nossa tradição culinária, saudável e barata, está desaparecendo. O brasileiro está consumindo cada vez menos arroz e feijão. Para reverter essa tendência, os cientistas estão trabalhando em arroz e feijão com maior valor nutritivo. E não apenas arroz e feijão, também há pesquisas sendo feitas com aipim, milho e batata-doce.

Mais de 20% do nosso povo sofre de anemia. Por falta de alimento ou porque se alimentam mal, cerca de 36 milhões de brasileiros correm mais risco de doenças. No organismo deles, falta, principalmente, vitamina A, ferro e zinco – elementos que os cientistas dizem ser possível colocar ou aumentar no milho, na mandioca, na batata-doce e, principalmente, no arroz e no feijão. Eles misturam o melhor de cada tipo de arroz e de cada tipo de feijão, fortificando o grão.

Só de feijão, existem 12 mil tipos diferentes. Arroz, são mais de 11 mil. Veja como a ciência dá uma forcinha à natureza. A experiência acontece numa estufa da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) em Goiás. Duas espécies diferentes de arroz vão ser cruzadas. O arroz contém tanto o elemento macho quanto o elemento fêmea. Nas pontas, está a parte masculina. Elas são cortadas.

"A gente cobre com um saquinho para não pegar pólen de outra espécie", explica um técnico.

O pólen, que fecunda a parte feminina da planta, é separado. A parte macho é posta ao lado da parte fêmea, que deve ser meio tímida, pois a paquera leva algumas horas. O técnico faz a polinização. O arroz que nascer será mais resistente e mais econômico.

Que tal pães, bolos e macarrão feitos de arroz? Isso mesmo: arroz. Primeiro, o arroz é colocado numa máquina para ser moído e virar farinha. A farinha é misturada com água, sal e emulsificante, que retém as propriedades nutritivas. A farinha pode ser enriquecida com vitamina A, zinco e ferro.

"Substituindo o trigo ou não – parcialmente ou totalmente – por um produto que teria uma condição nutricional melhor, estaríamos trabalhando com arroz biofortificado, com maior concentração de ferro e zinco. Portanto, ofereceríamos algo mais à população", diz o pesquisador da Embrapa José Luiz Viana de Carvalho.

O arroz biofortificado pode fazer muito mais do que apenas um pão melhor para a saúde. Em outra máquina, a farinha se transforma em macarrão. E dos milhares de tipos de arroz é possível fazer, por exemplo, rocamboles – doces ou salgados. Uma salada foi preparada com arroz negro.

Mas e o outro lado da dupla, o feijão?

Os superfeijões
Feijões banhados a ouro. Na Embrapa de Pelotas, no Rio Grande do Sul, eles ganham essa cobertura preciosa. Um dos metais mais caros do mundo permite que o microscópio eletrônico desvende os detalhes de cada grão. A pesquisa científica está desenvolvendo o feijão do futuro.

Equipamentos ajudam a identificar tipos diferentes de feijões. Depois, as melhores características dessas plantas são combinadas. Esse é um trabalho feito desde a década de 80, com o objetivo de ajudar os produtores rurais. Mas, há cerca de sete anos, as necessidades dos consumidores ganharam importância. Hoje, num grãozinho ampliado mil vezes, os pesquisadores buscam benefícios para a saúde de quem vai comer esses feijões.

Dietéticos, com mais fibras e mais nutrientes. Os melhoramentos permitem criar, por exemplo, feijões com quantidades extras de cálcio, para atender a necessidades específicas.

"Muitas crianças só têm acesso ao leite, por exemplo, na fase de amamentação. Mas se o feijão pode suprir algumas necessidades de cálcio, está garantida, então, a suplementação dessa população", diz a professora Nerinéia Ribeiro, da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

São os superfeijões, que vão ajudar até a prevenir doenças.

"Nós vamos ter um feijão que pode diminuir a chance de a pessoa ficar mais gorda e que vai beneficiar, por exemplo, quem não pode ingerir açúcar, como os diabéticos. Então, esse feijão vai contribuir para isso também. Vamos ter um feijão que vai diminuir a chance de aumentar o colesterol no sangue. De repente, vamos ter feijões destinados a diferentes tipos de uso", revela o engenheiro agrônomo Irajá Ferreira Antunes.

Tudo para reconquistar o paladar do brasileiro. É que dos anos 70 para cá, o consumo do feijão caiu 31%. Com tanta variedade, será que o feijão ainda tem vez?

"Não, nem passa na minha cabeça", diz um jovem.

"Eu não gosto", conta um menino.

Assim, a concorrência pôs em risco o casamento mais bem-sucedido da culinária nacional.

"O arroz é bastante rico em carboidratos. Na realidade, vai nos dar a parte calórica de que precisamos. E o feijão, poderíamos dizer que é relativamente rico em proteína, que vai nos dar a quantidade necessária de aminoácidos para formarmos tecido, constituirmos hormônios e anticorpos. Enfim, a proteína é indispensável", ressalta a economista doméstica Rosa Treptow.

Os pesquisadores foram a campo. Durante anos, cruzaram as plantas certas. E para fazer a dupla com o arroz voltar a ser atraente, entrou em cena o primeiro superfeijão. É o BRS Expedito, que nasceu numa lavoura experimental.

Esse tipo de feijão não existia há cerca de 20 anos. Quando começaram a desenvolver o expedito, os pesquisadores queriam uma planta mais alta, que pudesse ser colhida com a ajuda de máquinas. Também queriam que fosse mais produtiva e resistente que os tipos tradicionais de feijão. Só que as qualidades do expedito superaram todas as expectativas.

A boa surpresa é que cada grão contém doses extras de nutrientes indispensáveis para o organismo humano.

"Foi detectado que o expedito tem um alto teor de proteínas. Ou seja, um fator a mais muito importante. Ainda somado a um teor muito grande de macroelementos, como nitrogênio, potássio e cálcio. E a gente sabe a importância do cálcio para a formação dos ossos, por exemplo", diz o engenheiro agrônomo Irajá Ferreira Antunes.

O feijão fortificado já está sendo testado por pequenos agricultores. Há três anos, Valdemar de Carli cultiva a novidade.

"Ele tem uma cor toda parelha, não tem aquele grão azulado, que não é bom para o comércio. Eu assino em baixo, porque esse feijão é bom", garante o agricultor.

E da lavoura, o expedito vai para a mesa. Com manjerona colhida na horta e alho picadinho – o tempero caseiro da agricultora Ieda de Carli. Ela diz que o feijão expedito é bem fácil de ser preparado e o cozimento é rápido. Será que está aprovado este superfeijão?

"Se tiver, eu como todos os dias", diz um dos filhos do casal de agricultores.

Em breve, todos brasileiros poderão comer o novo feijão diariamente. "A contribuição seria muito grande, porque o brasileiro não precisaria mudar. Seu feijãozinho tradicional continuaria na mesma, só que mais saudável", conclui o engenheiro agrônomo Irajá Ferreira Antunes.

Casadinho de arroz com feijão Para tornar o arroz e o feijão mais atraentes ao público brasileiro, a Embrapa vem testando novas receitas. Numa cozinha experimental, há testes sendo feitos até com doce de feijão com arroz. Será que é bom?

A técnica de melhoramento Renilda Ferreira e a engenheira agrônoma Priscilla Bassinelo comandam a cozinha. O feijão cozido, sem sal, é batido no liquidificador. Elas acrescentam açúcar e essência de baunilha. Em seguida, levam ao fogo brando até ferver. Depois, cozinham o feijão por uma hora.

Enquanto isso, a farinha de arroz é misturada a leite e leite condensado. Vai ao fogo até ficar no tal ponto de bala. Depois de esfriar, é só colocar em casquinhas de chocolate. Confira a receita completa logo abaixo.

E por que as pessoas devem comer arroz e feijão? "Além de fazerem parte do nosso hábito alimentar, não seria difícil se acostumar com os produtos, eles são muito nutritivos, são versáteis no preparo e não são caros", explica Priscila.

Renilda é a autora das receitas do casadinho de arroz com feijão, da salada de arroz, do pudim de arroz. Enfim, como ela mesma diz... "Podemos fazer uma festa com tudo à base de arroz e feijão".

MAIS INFORMAÇÕES:

- As pesquisas de biofortificação são feitas pela Embrapa
Site: www.embrapa.br

- O macarrão de arroz e os pães com farinha de arroz foram preparados na Embrapa Tecnologia dos Alimentos. O macarrão é feito integralmente de farinha de arroz, e os pães e bolos precisam ser misturados à farinha de trigo.
Site: www.ctaa.embrapa.br
E-mail: sac@ctaa.embrapa.br

- O feijão com mais proteína foi desenvolvido pela Embrapa Clima Temperado, em Pelotas (RS)
Site: www.cpact.embrapa.br
E-mail: sac@cpact.embrapa.br

- As receitas de saladas, rocamboles e doces de arroz e feijão foram desenvolvidas pela Embrapa Arroz e Feijão em Goiânia e estão descritas abaixo:
Site: www.cnpaf.embrapa.br
E-mail: sac@cnpaf.embrapa.br

Questão de cultura

Questão de cultura
A soja, que avança sobre a floresta e concentra terras, caminha para dominar a matriz do biodiesel nacional
ENVIADO ESPECIAL A PIRACICABA

A tendência de a soja virar o grão hegemônico do biodiesel brasileiro pode fazer o projeto nacional dos combustíveis sustentáveis sair pela culatra.

Esse percurso desconsidera as aptidões geográficas do país. O mais natural é que um mosaico de culturas sirva de base para a produção de biomassa.

"Qualquer afirmação hoje [sobre qual o principal grão a ser usado na produção] é um pouco precipitada. Temos um mapa onde é possível enxergar as vantagens comparativas e competitivas de uma cultura sobre a outra", afirma Sílvio Crestana, da Embrapa.
O dendê, já plantado na Amazônia, será uma opção para o Norte. A soja, que ainda tem de vencer alguns problemas tecnológicos, terá força no Centro-Oeste e no Sudeste, juntamente com o girassol e o amendoim.

A empresa Brasil Ecodiesel, uma das pioneiras do programa, que é apoiada pelo governo, já tem o óleo de soja como sua matéria-prima principal, apesar de ter nascido com o objetivo de explorar a mamona.

O domínio da soja, como revelou à Folha em novembro, já ocorre no semi-árido do Piauí, onde opera a Brasil Ecodiesel. Foi lá, na cidade de Floriano, que o presidente Lula esteve para inaugurar a usina da empresa, em 2005.
A mamona, segundo o projeto original, daria emprego e renda para os colonos da região. Hoje, os agricultores familiares colhem 70% menos do que em 2005.

Desmatar é mais barato
Os empresários do agronegócio, a maioria instalados no Centro-Oeste, esperam fornecer 90% da matéria-prima para o biodiesel brasileiro. A estimativa do governo é que esse grão não passe dos 60%.

Os 30% de diferença podem ser determinantes para que um dos grandes temores do mercado internacional se confirme ou não nos próximos anos.

A dúvida é se a soja vai ou não brigar ainda mais com as florestas e o cerrado, como tem ocorrido nos últimos anos.

A questão ambiental, admite Crestana, tem sido um grande quebra-cabeça. "O grande jogo é aproveitar os 50 milhões de hectares de pastagens pouco produtivas que temos."
Segundo o presidente da Embrapa, a conta é a seguinte: "Nos próximos 30 anos será necessária a produção de 100 bilhões de litros de biodiesel. E, para isso, vamos precisar de 40 milhões de hectares."

Ele mesmo indica o obstáculo que precisa ser transposto. "A questão pega no investimento. Para recuperar 20 milhões de hectares pouco produtivos são necessários R$ 40 bilhões. Ainda está mais barato derrubar floresta."

Impactos regionais
Ao mesmo tempo em que olha para as questões nacionais e internacionais do projeto do biodiesel brasileiro, o Pólo Nacional de Biocombustíveis está participando de um projeto em escala regional, em pequenas e médias propriedades.

"O biodiesel não vai resolver todos os problemas do mundo. Mas também não podemos ficar de fora dele", afirma Arnaldo Bortoletto, diretor da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana de Açúcar do Estado de São Paulo). O projeto entre o pólo e os produtores de Piracicaba já está em andamento. A idéia é aproveitar parte da terra para produzir biodiesel.

"A matriz será a soja, por causa do custo-benefício" admite Bortoletto. A oleaginosa vai conviver com a cana-de-açúcar, que continua sendo o produto principal dos 3.500 cooperados na macrorregião de Piracicaba.

"Nosso produto principal é a cana. O biodiesel é apenas um projeto complementar", avisa o dirigente do grupo. Até o fim do ano, a esmagadora já deve entrar em funcionamento.

O farelo da soja, que será produzido em grande quantidade por causa da baixa quantidade de óleo presente nos grãos, será usado em uma fábrica de ração.
A expectativa é que o biodiesel possa ser trocado, no futuro, com os fornecedores dos plantadores de cana. As instalações poderão produzir até 15 mil litros de óleo ao dia. "Uma das nossas preocupações também é com a qualidade do produto", afirma Bertolotto.

Tanto a soja como a cana-de-açúcar, em termos energéticos, poderão encontrar grandes mercados no cenário internacional nos próximos anos. Mesmo considerando que a UE fez sua opção pelo biodiesel e não pelo etanol -os europeus temem a dependência de uma única commodity, seja ela o petróleo hoje ou a cana amanhã.

"O álcool de cana-de-açúcar é biocombustível de maior produtividade no mundo (6.000 litros por hectare por ano) e de melhor balanço energético (8 a 9 joules de energia renovável por joule de energia fóssil gasta), afirma Luís Augusto Cortez, do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Estratégico da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O grupo do pesquisador já fez um grande estudo sobre o etanol no Brasil, que foi apresentado ao CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), ligado ao MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia).

Áreas protegidas
A pesquisa monta um cenário otimista para a cana-de-açúcar no Brasil. Até 2025, com um investimento pesado anual, de cerca de R$ 10 bilhões, é possível chegar a uma produção de 104 bilhões de litros por ano, segundo as estimativas do grupo de Campinas. Hoje, a produção brasileira é de 3,6 bilhões de litros aproximadamente.

De acordo com Cortez, isso pode virar realidade por meio dos chamados arranjos produtivos. Seria possível construir 615 deles no Brasil nessas próximas quase duas décadas.

Cada uma dessas unidades de produção de cana ocuparia uma área de 420 mil hectares e produziria 2,55 bilhões de litros de álcool por ano.

"E toda a questão ambiental já está prevista. Haverá a manutenção das áreas protegidas", explica o professor. Talvez, segundo Cortez, a expansão ocorra em detrimento das zonas de soja. "Outra opção é usarmos as áreas já desmatadas que não estão sendo mais totalmente aproveitadas", avisa.

Ainda dentro dessas projeções, todo esse álcool, lá em 2025, renderia US$ 31 bilhões em exportação para o Brasil e um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) da ordem R$ 153 bilhões. "O impacto no emprego também será grande."

Para o consultor em energia Roberto Kishinami, todos os dilemas do projeto do biodiesel brasileiro passam por um único lugar. "No geral, 99% dos problemas estão na falta de coordenação. Temos de fazer as escolhas dentro das nossas possibilidades. Temos de ter foco e não necessariamente buscar a solução apenas financeira. Devemos olhar para as várias tecnologias e enxergar que umas são mais concentradoras [de terra e renda] que outras".

Na visão do consultor, um ex-diretor do Greenpeace Brasil que já fez alguns trabalhos na África, em países produtores de cana-de-açúcar, a educação é outro ponto central. "Sem isso, o risco aqui é criar um novo grupo de excluídos." (EG)


Fonte: www.folha.com.br data: 21/01/07

Embriaguez bioenergética

Da Folha de São Paulo - 21/01/2007

Embriaguez bioenergética
Brasil abraça biodiesel sem plano estratégico, dizem analistas, e pode esbarrar em barreiras ambientais à exportação

EDUARDO GERAQUE

Todos os caminhos do biodiesel brasileiro, hoje, levam à UE (União Européia).
Ao mesmo tempo em que é grande o potencial do produto nacional de entrar em um mercado importante, barreiras econômicas, ambientais e logísticas poderão impedir que esse fluxo tenha início.

Especialistas afirmam que, ao ir com muita sede ao pote do combustível verde, os produtores brasileiros e o governo poderão ver muitas oportunidades serem perdidas, por falta de um plano estratégico.

"O Brasil ainda não exporta biodiesel, apesar de estar perto disso. Há uma série de barreiras externas que não podem ser desprezadas neste momento", disse à Folha o consultor em energia Roberto Kishinami.

A UE já anunciou sua opção pelo biodiesel. No documento "Visão para 2030", lançado no ano passado, fica claro que o objetivo do grupo europeu é chegar daqui a 23 anos com um quarto de seu sistema de transporte funcionando com combustíveis não-fósseis. Na semana passada, o bloco anunciou uma meta de redução de 20% nas suas emissões de gases de efeito estufa -novamente, com auxílio dos biocombusíveis.

Na próxima quarta-feira, nos EUA, o presidente George Bush fará seu discurso anual no Congresso. Na pauta, a importância estratégica de apostar todas as fichas no etanol.

"A Alemanha já definiu uma posição de restrição à importação de biocombustíveis que não comprovem cumprir com preocupações socioambientais", avisa o consultor.
Isso significa que óleo nenhum será comprado de lavouras onde existirem trabalho infantil ou escravo, onde houver desmatamento e uso excessivo de pesticidas, além do plantio das polêmicas sementes geneticamente modificadas.

Segundo Kishinami, a posição alemã já foi submetida aos dirigentes da UE, que deverá adotar a prática. "Essas questões são certamente ampliadas pelo lobby dos agricultores europeus, que não querem concorrência com o Brasil ou qualquer outro país competitivo".

O próprio presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvio Crestana, está ciente dessas dificuldades. Segundo ele, lá fora, existem hoje duas críticas principais ao país.

"A primeira é sobre a falta de garantia de um fornecimento regular. A segunda é sobre a certificação." Para o presidente da Embrapa, ligada ao Ministério da Agricultura, está na hora de o Brasil se preocupar com a questão da "acreditação".
"Quem estiver fora dos padrões terá feito o investimento e não conseguirá vender depois", afirma.

O próprio Crestana compara a construção do projeto do biodiesel brasileiro a uma casa. "Nós, muitas vezes, começamos a obra pelo telhado. Não podemos esquecer a produção de biomassa", lembra o dirigente público.

Dentro dessa falta de planejamento nacional, Weber Amaral, diretor do Pólo Nacional de Biocombustíveis, órgão também criado pelo Governo Federal que funciona no campus da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba, prefere fincar bem os pés na terra.

"Antes de mais nada é bom dizer que os biocombustíveis não são a solução de todos os nossos problemas. Em escala mundial, eles vão responder por, no máximo, 20% da demanda energética. Nunca haverá uma participação maior do que essa", disse.
Para Amaral, faltam planos estratégicos que identifiquem os principais gargalos para o mercado dos biocombustíveis de uma forma geral. "O Brasil não tem, por exemplo, uma padronização do álcool que é exportado hoje", lembra.

Em 2006, foram mandados para o exterior 3 bilhões de litros de etanol. A maior parte dessa produção foi descarregada nos Estados Unidos. O biodiesel, no curto prazo, não deve pesar muito nas exportações.

Monopólio
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, do primeiro governo Lula, também sabe da importância de não tratar a questão do biodiesel como uma panacéia. "Temos que ter cuidados com os grupos que querem apenas se aproveitar da situação e que não estão totalmente envolvidos nesse processo", disse Rodrigues, agora professor da USP.

O ex-ministro, que coordenou um evento sobre o tema no fim do ano passado no IEA (Instituto de Estudos Avançados), diz crer no potencial da agricultura brasileira, principalmente em relação a produção de etanol e biodiesel. Para ele, isso não será o problema.

No mesmo evento, entretanto, vários gargalos internos foram discutidos pelos debatedores. Para Guilherme Dias, da FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP) o desenho do modelo, baseado no monopólio da Petrobras em vez da gestão descentralizada do biodiesel, é algo que preocupa.

"Além disso, é preciso ter em mente que haverá uma competição entre as plantações de biomassa para óleo vegetal e para a alimentação humana. Não adianta dizer que não", afirma o economista.

Para ele, o biodiesel deve competir com o óleo diesel, dentro de uma verdadeira lógica de concorrência. "E isso não ocorre com o atual sistema nacional de leilões [pelos quais a Petrobras compra biodiesel dos produtores]", disse.

Ineficiente
Para Amaral, da USP, ainda são muitas as variáveis internas que precisam ser dimensionadas, antes mesmo da ponta da cadeia produtiva.

"Por causa da questão logística, a matéria-prima tem de estar sempre perto da indústria. Não é apenas o preço final do biodiesel que importa. É preciso saber qual o balanço energético, e de carbono, que cada uma das matérias-primas em questão apresentam."

Segundo as contas de Amaral, baseadas em vários estudos, a soja -que desponta como a matéria-prima de escolha do Brasil- é uma das piores opções, se levada em conta somente a questão energética.

Além de o volume de líquido extraído dela ser pequeno (apenas 18% do grão de soja vira óleo), ela tem uma relação de quatro para um entre a energia produzida e consumida: ou seja, um quarto do teor energético de uma saca de soja equivale ao que foi gasto para cultivá-la.

Cana campeã
O campeão nesse quesito é o etanol, que tem um índice energético médio de dez (gera dez vezes mais energia do que se consome em sua produção).

O dendê, cultivado na Amazônia brasileira, apresenta um índice 5. As variações dependem do tipo de estudo feito, que leva em conta topografia, clima e solo de cada região.

Na categoria quantidade de óleo por planta, o girassol, a mamona, o algodão, o pinhão-manso, o amendoim e o dendê estão na frente da soja. Entre todos esses vegetais, pode-se tirar de 30% a 60% de óleo vegetal de cada grão.
O Brasil, que investiu entre 2003 e 2005 a quantia de R$ 16 bilhões em projetos realizados sobre o biodiesel, vai investir o dobro nos próximos dois anos, também por essa mesma via.

Isso, com o intuito de gerar conhecimento científico de qualidade em todos os estados da Federação e ainda recursos humanos que sejam capazes de desatar os nós tecnológicos que vão surgir.

Tudo indica, porém, que é essa é a parte mais fácil de resolver dessa equação.