Brasil toma decisão madura, diz Marina

Curitiba, 16/3/2006
Durante a tarde de hoje, depois de participar da reunião extraordinária da Conama, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se dirigiu para o Expotrade onde acontece a reunião dos delegados da MOP3. No local, a ministra falou rapidamente aos jornalistas sobre o rumo das conversas do Protocolo de Cartagena. Ela afirmou que o Brasil está empenhado na implementação das diretrizes gerais, tanto da COP quanto da MOP.

"É um grande desafio criar um círculo virtuoso de gerar o uso sustentável, que gera benefícios e protege o uso sustentável da biodiversidade", disse referindo-se a recém aprovada Lei de Concessão de Florestas Públicas. Projeto elaborado com sua participação e que pretende destinar cerca de 3% das florestas da Amazônia para uso particular. Através de licitações públicas, cooperativas e empresas, deverão fazer uso da floresta baseados em modelos sustentáveis que deverão ser fiscalizados pelo novo órgão a ser criado, o Serviço Florestal Brasileiro (SFB).

Com relação à MOP
Marina frisou que a decisão do Brasil em se posicionar a favor da identificação dos transgênicos na MOP3 é uma decisão madura e um avanço nas discussões do Protocolo, porque também ajuda outros países a se posicionarem. "Se os demais países signatários compreenderem, como compreende o Brasil, a implementação inicia-se a partir de Curitiba", afirmou.

Enquanto isso, nas salas de discussão, Nova Zelândia e Paraguai ofereciam resistência declarada à posição tomada pelo Brasil. A defesa da identificação clara de que o material transportado contém organismos geneticamente modificados (OVMs), incomodou alguns e motivou outras Partes, como a Etiópia, a pedir que a regra seja implementada imediatamente, e não daqui a quatro anos, como pede o Brasil. México também se animou a apoiar o país anfitrião.

As reuniões desta quinta-feira devem se estender até de madrugada para a finalização das propostas e os preparativos para a plenária do último dia do encontro sobre o Protocolo de Cartagena.

Por Paula Batista.