Falta de definição jurídica atrapalha biotecnologia
A produção de alimentos transgênicos no País e a pesquisa tecnológica poderiam ter avançado muito mais se não fosse a falta de definição jurídica sobre o tema, avalia um relatório da consultoria de empresas do agronegócio Céleres. O estudo, encomendado pelo Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB), foi divulgado ontem durante uma feira de agronegócios em Cascavel, oeste paranaense.
A empresa compara dados dos três maiores produtores mundiais de transgênico: pela ordem, Estados Unidos, Argentina e Brasil. A produção, segundo a empresa, segue mais ou menos igual nos três países até 1997. A partir deste ano, a produção dos outros dois países dispara na frente do Brasil.
Na avaliação da Céleres, a produção brasileira cresceu menos por falta de definição legal. "Em conseqüência do vazio jurídico, a pesquisa ficou parada no Brasil. Enquanto que em outros países a pesquisa avançou, aqui ela ficou praticamente travada por dez anos", disse o autor da pesquisa e conselheiro da CIB, Anderson Galvão. Segundo ele, a fase de pesquisa dura o mesmo tempo praticamente em vários países do mundo. Mas é no período de aprovação e regulamentação que o processo fica mais lento no Brasil.
"No caso da soja, foram quase oito anos de discussão jurídica e institucional. Praticamente, o mesmo tempo que se gasta para fazer uma mesma tecnologia, que é de dez anos. O normal seria dois anos para fazer essa aprovação", defendeu o autor da pesquisa.
A empresa de consultoria Céleres, com base no crescimento dos outros países, faz uma estimativa de quanto poderia crescer a produção de transgênicos no País. De acordo com o estudo, os produtores rurais acumularam na última década US$ 1,5 bilhão com o plantio e comercialização da soja geneticamente modificada. No entanto, os benefícios poderiam contabilizar os US$ 4,6 bilhões, se não fosse a demora na aprovação de projetos.
Agência Brasil
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